Um baque surdo acordou-o bem a tempo de ouvir a série de palavrões que se seguiu. Ainda atordoado, passou a mão pelos cabelos revoltos e pelo rosto inchado enquanto bocejava sem discrição. As cortinas da porta francesa que levava ao terraço estavam parcialmente fechadas e o pouco de luz que entrava mostrava que o dia amanhecera nublado. Eram quase sete da manhã, percebeu quando olhou para o despertador que ainda nem tocara. Quem estaria acordado e fazendo tanto barulho àquela hora?
- Eu deveria ter imaginado - falou para si mesmo assim que saiu pela porta da cozinha alguns minutos depois.