- Eu nunca vou conseguir acertar essa nota, Pedro!
- Tenta mais uma vez.
Pedro colocou os dedos dela novamente sobre as cordas e ergueu uma sobrancelha, esperando. Marcela tirou o violão do colo, jogou-o na cama e se atirou junto. Estava cansada. Não conseguia ser boa em nada!
- Eu sou péssima! Nem sei por que pedi a você para me ensinar a tocar...
Ele a puxou pelas mãos e a colocou sentada de novo. Pegando o instrumento, fez com que ela o segurasse na posição correta.
- Tenta outra vez, já disse. Você anda muito impaciente - disse ele, e Marcela lhe deu um olhar assassino.
- Lógico que eu estou impaciente! Até perdi a conta de quantas vezes errei justo nessa nota. Não consigo fazer, Pedro.
- Provar que você consegue é só mais um motivo para não desistir.
- Provar para quem, Pedro? Só estamos nós dois. E você já sabe muito bem que eu não consigo!
- Sei lá - ele deu de ombros. - Para ele, quem sabe? - Pedro indicou o violão. - Esfregar nessa cara de forma estranha que você é quem manda?
Marcela gargalhou, embora seus dedos já estivessem na posição da primeira nota da música. Ela tentaria de novo. Sempre o fazia. Nem sempre por ela, mas sempre por ele. Como daquela vez. Ela jamais poderia decepcionar aquele cara bobo e lindo pela qual estava completamente apaixonada. Mesmo que jamais dominasse aquela maldita nota, pelo menos tentaria mais uma vez. Apenas para ver os olhos de Pedro sorrindo para ela.
- Você é ridículo. Simplesmente ridículo!
- Faço o meu melhor - sorriu ele.
- De novo, então? - Marcela suspirou.
- De novo - ele confirmou. - Do começo, Cela.
- Ok, do começo.
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