4.8.13

Pequeneza.


- Eu não sou ele, Rachel.
Rachel fechou os olhos e suspirou. Guilherme nunca a chamava de Rachel, e ela chegara a se ver pelos olhos dele e também já não se via como nenhuma Rachel. Era "pequena" e sempre seria. Mas ele a chamara de Rachel. E ela sentiu vontade de chorar.
- Gui...
- Não - ele afastou rapidamente a mão feminina que tentava tocar seu braço com hesitação. - Você ficou com medo de mim! Eu vi nos seus olhos, Rachel. Mas eu não sou ele. Você precisa saber disso.
- Eu sei!
- Então o que você precisa é acreditar. Olha... - Guilherme passou a mão pelos cabelos e respirou fundo, tentando explicar. - Eu vou ficar bravo de vez em quando, certo? Vou ficar muito irritado e talvez até grite com você. Mas o que eu nunca vou fazer vai ser te machucar como ele fez! E se a gente quer continuar com isso que estamos construindo, por favor, você precisa confiar em mim.
- Eu confio, Gui. Confio em você com a minha vida. É só que...
- Você precisa de um tempo, eu sei.
- É só um tempo. Não é o fim. Eu não quero que seja. Por favor, não queira também.
- Eu não quero. Eu nunca te disse as palavras, mas você sabe como eu me sinto.
- Gui...
- Eu sei que você não quer nem precisa escutá-las agora, mas elas pairam no ar sempre que estamos juntos. Elas estão aqui nesse exato instante. Mas não se preocupe. Não vou puxá-las da atmosfera e colocar na minha boca. Não agora - ele riu.
- Eu não mereço você.
Guilherme riu novamente e a abraçou. Ela se apertou nos braços dele como se o medo ou a conversa ou o tempo não existissem. Afinal, nada existia mesmo além dele.
- Não, pequena, eu não mereço você. Mas vou fazer de tudo para mudar isso.


2 comentários:

  1. Okay, não sei dizer exatamente o por quê, mas eu sentei aqui, li isso e chorei. Intenso demais pra essa hora da manhã, aparentemente.

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  2. Meus, meus, meeeeeeeus *------------* <3

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