2.4.13

Sobre advérbios de mais.


- Sabe que eu te amo?
- É?
- É. Muito.
- Impossível.
- Enlouqueceu?
- Não, só acho que amar muito é impossível.
- E por que isso?
- Porque ou se ama, ou não se ama. Assim, sem advérbio e sem desculpa.
- Você enlouqueceu mesmo! Então agora não posso dizer que te amo muito?
- Diga apenas que me ama. É especial o suficiente.
- Às vezes eu não entendo você muito bem...
- E ainda sim me ama.
- Ainda sim.
- Também amo você.
- É?
- Pouco. Te amo pouco.
- Ha-ha-ha!
- Viu? Advérbios só atrapalham.
- Ok, você já demonstrou seu ponto de vista. Podemos voltar para o filme?
- Ah, esse filme chato? Precisamos mesmo?
- Então toda essa conversa de advérbio foi por causa disso? Da chatice do filme?
- Sei lá.
- Uh... Acho que a chatice é meio contagiosa. Filme chato, você também.
- Ei! Provei meu ponto de vista, aceite a derrota!
- Ok, ok. Então voltemos para o filme. E você vai assistir até aos créditos finais. E esse castigo ainda é pouco.

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