12.4.13

Por mil razões.



Em determinado ponto da estrada de terra, Nicholas precisou parar o carro.
– Precisamos andar a partir de agora – informou a Nina.
– Falta muito?
– Quase nada.
Milagrosamente, ele estava falando a verdade. Cinco minutos depois, chegaram ao lugar que Nicholas queria. Ele se sentou encostado em uma árvore e fez sinal para que Nina se sentasse a seu lado.
– O que estamos fazendo aqui mesmo? – ela perguntou.
– Espere um pouco.
– Hã... Ok – Nina abraçou os joelhos, apoiando o queixo sobre eles. E esperou.
Conforme os minutos passavam, o sol ia se pondo. A vista era de tirar o fôlego e Nina se viu respirando fundo em busca de um pouco mais de oxigênio.
– Entendeu agora? – Nicholas sussurrou.
– Entendi. Foi...
– É, eu também fiquei sem adjetivos da primeira vez. Ainda estou procurando por eles, para falar a verdade.
– Foi uma das coisas mais lindas que eu já presenciei. Mesmo.
– Que bom. Fico feliz em ter sido o culpado.
– Podemos ficar mais um pouco? – Nina pediu. – Até as estrelas despontarem?
– Claro. Só vamos rezar para não ser outra noite de chuva.
Ficaram em silêncio por alguns minutos. Nicholas pensava em Nina e em como ela se tornara parte importante de sua vida em tão pouco tempo. Não sabia ainda como classificar a relação que eles tinham, mas gostava de estar com ela e isso era o suficiente.
– Ali – Nina apontou para o céu. – A primeira estrela da noite.
Nicholas segurou o dedo indicador de Nina e mordeu levemente a ponta.
– Não se deve apontar para uma estrela, não sabia?
– Ah, é? – Nina perguntou com a voz baixa.
– É. Vai crescer uma verruga bem aqui.
– Que horror – riu Nina, puxando seu dedo para longe dele.
– É o que meu bisavô sempre dizia – Nicholas deu de ombros. – Melhor não contrariar.
– Tem razão – sorriu Nina. – Ei?!
– Hã?
– Por que você me trouxe aqui para ver o pôr do sol?
Nicholas olhou para o céu por mais alguns instantes antes de se virar para Nina e segurar as pontas de seu cabelo ruivo.
– Para você finalmente ter com o quê comparar a cor deles.

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