2.12.11

Que seja.


E eu olhava para você. Não conseguia nem disfarçar. Tanto tempo havia se passado que agora meus olhos estavam famintos de você, do dourado sempre estranho dos seus olhos, dos seus dedos tortos que eu brincava de endireitar só para implicar com você...
E eu só absorvia a sua essência, seu perfume que era igual, mas ainda assim diferente. Tentei não pensar nisso, mas eu sabia que a sutil diferença era o perfume dela; dela que não era eu.
E eu lutava também. Eu ainda lutava para conseguir capturar a imagem do seu sorriso que, esse sim, era idêntico a sempre. Lutava para sair ilesa dali, para voltar para a segurança da distância sem deixar muito de mim pelo caminho, sem deixar transparecer um sentimento que fosse.
Evitei voltar a sorrir. Você também. E quando percebi esse fato, tentei, mas não impedi minha mente de divagar; e ela pensou que talvez - só talvez -, você estivesse se sentindo um pouquinho como eu.

3 comentários:

  1. É intenso e bom ter um pouquinho das pessoas dentro de nos!

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  2. que comovente e intenso.. você escreve super bem, parabéns.
    http://primeirapessoa-dosingular.blogspot.com/

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  3. Lindo! Tenho sérios problemas com olhares, me apaixono por eles tão facilmente que até dá raiva.
    E no final das contas, mesmo quando desistimos de alguém, quando olhamos nos olhos da pessoa, ainda existe uma esperança. É...
    Adorei o texto! E obrigada pela visita e comentário no meu blog.
    Beijo.

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