- Parabéns, formando.
Aquela voz - meio risonha, meio insegura - chegou facilmente aos ouvidos dele, ainda que muitas outras estivessem ecoando ao seu redor naquele instante.
- Ei, você veio - respondeu ele, virando-se para vê-la.
Ela estava linda. Usava um vestido que era uma mistura harmoniosa de cinza e preto e cujo comprimento era ideal para ela. Aliás, nunca pensava na altura dela em termos de metros ou centímetros, mas sim em como o topo da cabeça feminina parecia se encaixar de forma perfeita sob seu queixo. Gostava muito disso nela. Gostava de tudo nela.
Ela estava linda. Usava um vestido que era uma mistura harmoniosa de cinza e preto e cujo comprimento era ideal para ela. Aliás, nunca pensava na altura dela em termos de metros ou centímetros, mas sim em como o topo da cabeça feminina parecia se encaixar de forma perfeita sob seu queixo. Gostava muito disso nela. Gostava de tudo nela.
- Nós viemos - ela corrigiu, balançando a mão que segurava uma ainda menor.
Os olhos dele se demoraram a desviar da figura da linda mulher que tinha diante de si, mas, quando o fizeram, ganharam um brilho todo especial.
- Oi, filhão!
Ele se agachou diante do menino que dava um sorriso gigante para tudo e todos, sentindo-se orgulhoso de ser o filho daquele cara tão comum.
Ele sempre ouvira outros pais dizendo que seus corações pareciam encolher em momentos como aquele, quando sentiam o amor por seus filhos em toda sua plenitude. Mas ele deveria ser muito diferente do resto da humanidade, porque seu coração não se encolhia; se expandia.
Pegou Bernardo nos braços e, enquanto fazia um comentário distraído sobre as gravatas de ambos - que eram de cores iguais -, olhou novamente para a mãe de seu filho. Já fazia muito tempo que estavam distantes. Não apenas separados, mas realmente distantes. Em todos os sentidos; até quando o assunto era Bernardo, o único elo real entre os dois. Pouco se viam e quase nunca conversavam. Ele passava pela casa dela algumas vezes por mês, ela colocava Bernardo no carro dele, entregava-lhe milhares de coisas das quais o menino poderia precisar enquanto estivesse com ele, e se despedia com um "até logo". Um ritual parecido ocorria quando ele levava Bernardo de volta para casa e... era isso. Esse era todo o contato que haviam tido em dois anos inteiros.
Mas agora ela estava ali. Ela poderia ter enviado Bernardo pelos pais dele, não precisava estar ali em pessoa. Mas estava, e parecia feliz por isso. E ele estava longe de criticá-la. Estava tão feliz quanto ela.
- Espero que não se importe...
- Com o quê?
- Com a minha presença - ela o encarava com aqueles olhos tímidos e interessados que, anos atrás, haviam sido o motivo de sua redenção.
- Claro que não. Na verdade, estou feliz por ter você aqui.
- Sério? - ela sorriu quando a alegria demonstrada por sua voz pareceu desconcertar inclusive ela mesma.
- Muito sério... Não seria o mesmo sem você.
onde vocÊ achou esse tema? ta, não era isso hasuahsuhas com esse de agora... eu vejo uma continuação do anterior, e eu já vejo um pouco diferente do que eu vi o anterior, eu vejo você. não adianta, sempre que houver Bernardo ou Lívia, é você que aparecerá em minha mente.
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